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Saiba mais sobre essa terapia intensiva que apresenta resultados mais rápidos que as terapias convencionais.

PARALISIA CEREBRAL E A TERAPIA COM MACACÃO TERAPÊUTICO ORTOPÉDICO

Pacientes com paralisia cerebral constituem o maior número de atendimentos no programa de terapia intensiva com o uso do macacão terapêutico ortopédico.

Paralisia cerebral (PC) é a mais comum desordem neurológica do desenvolvimento, ocorrendo 2 ou 3 casos por 1000 nascidos vivos. PC descreve um grupo de desordens permanentes do desenvolvimento do movimento e da postura secundária a uma lesão não progressiva do cérebro imaturo.

Crianças com paralisia cerebral geralmente demonstram problemas com as funções e estruturas do corpo, tais como redução da força muscular, limitação da mobilidade articular passiva, controle motor alterado e pobre alinhamento postural o que faz com que suas atividades sejam afetadas.

Crianças com paralisia cerebral tem potencial para melhorar sua função devido à plasticidade do sistema nervoso central. Plasticidade é a capacidade do cérebro de aprender, lembrar e esquecer, assim como a capacidade de se reorganizar e se recuperar de uma lesão.
Bower et al. (1996) administraram curtos períodos de terapia intensiva (3 semanas) para 44 crianças com paralisia cerebral, enfatizando a aquisição de habilidades motoras. A terapia intensiva resultou na aquisição de habilidades significativas quando comparadas as sessões convencionais de terapia.

Muitos terapeutas relutam em usar exercícios de fortalecimento muscular com pacientes neurológicos com medo de aumentar a espasticidade e os padrões de movimentos anormais. No entanto, alguns estudos tem demonstrado que o aumento de força muscular isolada com resistência não aumenta a espasticidade. A importância da força muscular em crianças com PC é a relação direta entre força e função motora.

Por todas as razões acima mencionadas, a terapia intensiva combinada com o uso do macacão terapêutico ortopédico, é de grande benefício para crianças com paralisia cerebral.

ALTERAÇÕES ÓSSEAS NA PARALISIA CEREBRAL

Alterações ósseas e articulares em pacientes com paralisia cerebral são decorrentes de espasticidade e contratura muscular. A coluna vertebral e os membros inferiores são os mais comumente afetados.

Escolioses podem progredir rapidamente e continuar evoluindo após a maturidade esquelética. O aumento da cifose torácica e da lordose lombar, espondilolistese, espondilólise e obliquidade pélvica podem acompanhar a escoliose. A progressiva flexão do quadril e adução podem levar a deformidades, aumento da rotação femoral, coxa valga aparente, subluxação, deformidades da cabeça femural, luxação do quadril e a formação de pseudoacetabulo. No joelho, contratura em flexão, patela alta, fragmentação da patela e recurvato são anormalidades mais comuns. O progressivo equino e equinovalgo do pé e tornozelo estão associados com deformidade "rocker>botton" e subluxação da articulação talonavicular.

A prevalência de escoliose em pacientes com paralisia cerebral espástica varia entre 15 % - 61%. A curvatura vertebral é tipicamente menor de 40 graus, mas pode variar de 10 a 146 graus. A incidência aumenta com a idade e diminui a habilidade de caminhar, sendo os homens mais afetados que as mulheres. Na maioria dos casos, existe a progressão da deformidade postural para a forma fixa.

A subluxação e luxação do quadril são a segunda deformidade mais comum em pacientes com paralisia cerebral espástica com predominância de 28%. Os músculos adultores e iliopsoas espásticos predominam sobre os fracos abdutores e extensores do quadril, resultando em marcha de tesoura ou deformidade em escorregamento. Esta deformidade é frequentemente causada por uma contratura em adução de um quadril e em abdução no quadril oposto.

A anteversão femoral (o ângulo do colo femoral faz um plano transversal com os côndilos femorais) geralmente é aumentada em crianças com PC. A anteversão femoral normal é de 30 a 50 graus em lactentes e diminui ao longo da infância. Os pacientes com PC tem um aumento persistente da anteversão femoral, devido à descarga de peso atrasada e aos desequilíbrios musculares. Nos pacientes com PC espástica a média do ângulo de anteversão é de 55 graus em pacientes ambuladores de 57 graus em pacientes que não caminham.

A subluxação do fêmur pode vir a progredir para um deslocamento em uma média de sete anos. Subluxação e luxação crônicas podem resultar em displasia acetabular e doenças degenerativas secundárias. Com o progresso da subluxação, achatamento medial ou lateral da cabeça do fêmur pode ocorrer e se ambos ocorrerem, uma forma triangular da cabeça do fêmur será vista no raio X. Deslocamentos podem causar o desenvolvimento de um Pseudo-acetabulum ao longo da margem lateral do ílio.

Estas deformidades posturais podem resultar em problemas secundários como dor, perda da independência, úlceras de pressão, problemas cardiovasculares e respiratórios, dificuldades de deglutição e distúrbios do sono.

O reconhecimento precoce dessas deformidades progressivas é fundamental. A terapia com o macacão terapêutico ortopédico, combinada com a terapia intensiva são uma ótima ferramenta para tratar e prevenir alterações posturais irreversíveis em crianças com paralisia cerebral.